Panorama da Música Brasileira

Sobre a Série

Em convênio com o SESC-Campinas, o Centro de Integração, Documentação e Difusão Cultural da Reitoria Unicamp, através da Comissão de Ação Cultural da Reitoria Unicamp, realiza neste ano a Série Panorama da Música Brasileira, um ciclo de oito concertos mensais com a Orquestra de Câmara da Unicamp e solistas convidados. A série homenageia renomados compositores brasileiros vivos, nascidos entre os anos de 1920 e 1940. Cada evento será constituído de um recital de música de câmara com obras de um ou dois compositores homenageados, comentado pelo próprio compositor e seguido de bate-papo. São duas récitas de cada concerta, uma na Unicamp e outra no Auditório do SESC-Campinas.

A série Panorama da Música Brasileira é uma ação em prol da divulgação da música de concerto produzida no Brasil nos últimos 50 anos, em sua formação camerística. As obras apresentadas ao longo do ano são exemplos da grande diversidade de propostas surgidas no Brasil no século XX, indo desde as vertentes nacionalistas, passando pelo experimentalismo e pela absorção da multiplicidade expressiva da atualidade. O objetivo dessa Série é o de divulgar a enorme riqueza e valor da música de concerto produzida no Brasil, revelando compositores e obras que, embora muito reconhecidos no meio musical e até internacionalmente, muitas vezes não são conhecidos do grande público brasileiro.


Compositores Homenageados

Raul do ValleRaul do Valle: Estudou com Camargo Guanieri e diplomou-se em sua classe de composição e regência no Conservatório Musical de Santos, em 1973. Foi contratado como professor da UNICAP em março de 1974. Viajou no mesmo ano para a Europa, onde estudou com Nadia Boulanger, em Paris e com Alberto Ginastera, em Genebra. A partir de 1976 passou a residir em Paris onde estudou com Oliver Messiaen, Pierre Eschpay, Ton de Leeuw e outros. Sua produção inclui obras sinfônicas, de câmara e eletroacústicas, além de músicas para filmes, vídeos, teatro, dança e espetáculos multimídia. Recebeu inúmeros prêmios no Brasil e no estrangeiro. É doutor em música pela UNICAMP e professor titular (aposentado) do Departamento de Música do Instituto de Artes da UNICAMP. Criou em 1983 o Núcleo Interdisciplinar de Comunicação Sonora/NICS e foi seu coordenador de 1983 a 2000. Atualmente é pesquisador Colaborador Voluntário junto ao NICS/UNICAMP. É membro fundador da Sociedade Brasileira de Música Eletroacústica e Sociedade Brasileira de Música Contemporânea/SBMC; membro fundador da Academia Paulista de Música e Academia Campineira de Música. Em 1994 foi eleito Membro Efetivo da Academia Brasileira de Música ocupando a cadeira nº 33.
E-mail para contato: raul@unicamp.br


Edmundo Villani CortêsEdmundo Villani Cortês: Nascido na cidade de Juiz de Fora no dia 08 de Novembro de 1930, é um dos mais importantes compositores brasileiros e atua, também, como pianista, arranjador, regente e professor com a naturalidade de quem sempre esteve em contato direto com a música. Estreou seu primeiro concerto para piano em 1954 em Juiz de Fora-MG, com a filarmônica local. De 1960 a 1963, aperfeiçoou-se em piano com José Kliass. Transferindo-se para São Paulo, estudou composição com Camargo Guarnieri durante algum tempo. Em 1978, época em que estudava Composição com H.J. Koellreutter, foi vencedor do concurso “Noneto de Munique” patrocinado pelo Instituto Goethe do Brasil. Em 1981, foi vencedor da Feira Livre da MPB, patrocinada pela TV Cultura, para representar o Brasil no décimo festival da OTI, realizado na cidade do México. Em 1986, foi vencedor do concurso de composição patrocinado pela Editora Cultura Musical, tendo obtido o primeiro lugar com a peça para violão Choro Pretencioso. Em 1982, foi convidado para lecionar Contraponto e Composição na Unes, onde é professor aposentado. Nos anos de 1988, 89, 90 e 91, trabalhou na ilustração musical do programa “Jô Soares onze e meia”, no SBT. Em 1990, recebeu o prêmio dos “Melhores de 1989”, conferido pela A.P.C.A. (Associação Paulista dos Críticos de Artes), por sua apresentação do “Ciclo Cecília Meireles”. Em 1992, foi escolhido pela Escola de Música Arte Livre como compositor do ano, homenageado por meio de inúmeros recitais com obras de sua autoria. No ano de 1993, por ocasião da comemoração o centenário de nascimento do poeta Mário de Andrade, foi vencedor do concurso promovido pela prefeitura de São Paulo, com a composição Rua Aurora. Em 31 de maio de 1994, foi-lhe conferida pela Prefeitura do município de Juiz de Fora a “Comenda Henrique Halfeld”. Compôs também o concerto para flauta e orquestra, estreado em 8 de abril de 2000, em Londres, pela orquestra do Convent Garden. Compôs também um Te Deum, em comemoração aos 150 anos da cidade de Juiz de Fora. Em 2009 nasce a Orquestra Sinfônica Edmundo Villani Côrtes, sob a Direção artística de Fernando Cardoso, que em 2010 celebrou os 80 anos de vida de seu patrono Villani Cortês.
E-mail para contato: villanicortes@gmail.com


Ernst MahleErnst Mahle: Nasceu no ano de 1929, em Stuttgart, Alemanha. Chegou ao Brasil em 1951, naturalizando-se brasileiro em 1962. Foi aluno de composição de Johann Nepomuk David, na Alemanha; de Hans Joachim Koellreuter, no Brasil; e de Messiaen, W. Fortner, E. Krenek, em cursos internacionais de férias, onde também estudou regência com R. Kubelik e Mueller-Kray.

Em reconhecimento ao seu extenso trabalho em prol da juventude, recebeu, em 1965, o título de “Cidadão Piracicabano”. É co-fundador da Escola de Música de Piracicaba “Maestro Ernst Mahle”, onde exerce o cargo de Professor e Maestro das Orquestras de Câmera e Sinfônica, sendo o idealizador do bianual “Concurso Jovens Instrumentistas”. Atua também como Professor em vários cursos de férias e festivais de música. Foi vice-presidente da Sociedade Brasileira de Música Contemporânea e é membro da Academia Brasileira de Música (cadeira nº 6).

Críticos de arte atestam a qualidade da música de Mahle, sendo reconhecido por sua técnica irrepreensível. Como compositor foi premiado em vários concursos e é internacionalmente conhecido pela magnitude e valor de seus trabalhos em prol da educação musical e de suas obras, tanto no repertório camerístico como orquestral. Em 1995, recebeu o prêmio Associação Paulista de Críticos de Arte (APCA).
E-mail para contato: ernstmahle@msn.com


Osvaldo LacerdaOsvaldo Lacerda: Nasceu em São Paulo, em 23 de Março de 1927. Iniciou seus estudos de piano aos nove anos de idade, com Ana Veloso de Resende, aperfeiçoando-se com Maria dos Anjos Oliveira Rocha. No início, apenas sua mãe apoiava sua decisão de seguir carreira musical. Seu pai preferia fazer dele um advogado. Em 1947, Osvaldo Lacerda passa a ter aulas de piano com José Kliass e, três anos depois, com Camargo Guarnieri, que o desaconselha a tentar ser pianista para se dedicar à composição.

Em 1963, graças aos incentivos de Camargo Guarnieri, Osvaldo Lacerda passa a ter aulas com outros compositores. Recebe, então, uma bolsa da Fundação Guggenheim para ter aulas com Aaron Copland e Vittorio Giannini, nos Estados Unidos. Pouco antes, contudo, Osvaldo Lacerda formou-se em Direito para satisfazer seu pai. Nesta época também criou a Sociedade Pró-Música Brasileira.

Em maio de 1965, foi um dos compositores que o Ministério das Relações Exteriores enviou aos Estados Unidos, para representar o Brasil no Seminário Interamericano de Compositores, na Universidade de Indiana, e no IIIº Festival Interamericano de Música, em Washington. Em abril de 1996, foi um dos compositores brasileiros que a American Composers Orchestra convidou para participar, em Nova York, do Festival “Sonido de las Américas: Brazil”.

Entre 1966 e 1970, Osvaldo Lacerda atuou como consultor na Comissão Nacional de Música Sacra, e uma de suas atividades foi a proposição do uso da música sacra brasileira na liturgia da Igreja Católica.

Em 1982 ele se casou com sua antiga aluna, a pianista Eudóxia de Barros.

Osvaldo Lacerda tornou-se também professor da Escola Municipal de Música de São Paulo, cargo do qual se aposentou em 1992.

Morreu em 18 de julho de 2011, por falência múltipla dos órgãos, em São Paulo (SP), aos 84 anos de idade.

Lacerda ocupava a cadeira de número 9 da Academia Brasileira de Música, que já foi de Brasílio Itiberê da Cunha.


Ricardo TacuchianRicardo Tacuchian: É compositor e regente, nascido no Rio de Janeiro em 1939. Membro da Academia Brasileira de Música.

Por ocasião da estreia americana de sua obra Transparências, em 1996, no Carnegie Hall (New York), o The New York Times assim se manifestou: “Transparências de Ricardo Tacuchian cria cativantes cores e texturas contrastantes para piano e vibrafone.”
Da mesma forma, a estreia americana do seu Quarteto de Cordas nº 2 – “Brasília” mereceu o seguinte comentário do Los Angeles Times: “O segundo quarteto de Ricardo Tacuchian, um brasileiro de descendência armênia, faz uso de uma variedade de técnicas, iniciando com uma seção de intenso e hipnótico tremolo, seguindo impulsivamente através de uma variedade de texturas e sonoridades…”
Em 2000, Tacuchian lançou o CD Estruturas (sua obra de câmara dos anos 70), em selo Rio Arte Digital, e teve mais 60 apresentações ao vivo de sua obra, sendo 20% deste total no exterior. Dentre estas apresentações se destacam duas primeiras audições mundiais: Toccata Urbana, para quarteto de madeiras, piano e quinteto de cordas (North/South Consonance Ensemble, New York) e o Quarteto de Cordas nº 3 (no Teatro Filodrammatici de Milão).
Toccata Urbana, um ano depois de sua estreia mundial, foi apresentada pela primeira vez no Brasil, em 2001, sob a regência do autor, por ocasião da XIV Bienal de Música Brasileira Contemporânea. Em 2001, participou do Music of the Americas Festival, em Miami, onde apresentou seu noneto Rio/LA. A propósito dessa apresentação, assim se manifestou o Sun-Sentinel, de Miami: “Rio/LA” do compositor brasileiro Ricardo Tacuchian comunicou a energia crua e os ritmos de força propulsiva das duas cidades”.
Tacuchian é professor de composição e regente da Orquestra de Câmara da UNIRIO e membro do Conselho Curador e de Programação do Teatro Municipal do Rio de Janeiro, onde coordena a temporada da série de Música Brasileira do Século Passado.
Estudou composição com José Siqueira, Francisco Mignone, Claudio Santoro e, mais tarde, nos Estados Unidos, com Stephen Hartke. Trabalhou em Regência com Hilmar Schatz (Alemanha) e Hans Swarowsky (Áustria) em cursos realizados no Rio de Janeiro e frequentou classes de Regência Coral e de Regência Instrumental na University of Southern California. Nesta Universidade conquistou o título de Doutor em Música.
Nos anos 70, foi um dos fundadores e o primeiro regente do grupo camerístico Ars Contemporanea, especializado em música do Século XX e para o qual escreveu várias de suas obras daquele período. Nesta mesma época dirigiu, também, o grupo vocal-instrumental Síntese, dedicado à música medieval e renascentista. Em 1985 dirigiu o maior grupo instrumental de toda a história da música brasileira: uma banda com dois mil músicos, num programa de música tradicional e popular brasileira, na Praça da Apoteose, no Rio de Janeiro. Regeu orquestras como a Orquestra de Câmara da Rádio MEC, Orquestra de Câmara do Brasil, Orquestras Sinfônica e de Câmara da Escola de Música da UFRJ, Orquestra da Universidade de São Paulo, Orquestra Sinfônica da Universidade Federal da Bahia, Orquestra da UNIRIO, Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo, Orquestra Sinfônica de Porto Alegre, Orquestra Sinfônica de Santa Maria, Orquestra Sinfônica da Universidade Estadual de Londrina, Orquestra Sinfônica Nacional, Orquestra Sinfônica de Goiânia, USC Community Orchestra (Los Angeles) e a SUNYA University
Community Orchestra (Albany, NY), além de coros como o Coro do Teatro Municipal do RJ e a Associação de Canto Coral.
E-mail para contato: rtacuchian@terra.com.br


Maria Helena Rosa FernandesMaria Helena Rosa Fernandes: É compositora e nasceu em Minas Gerais. Sua obra mais importante está na música de câmera e orquestra, tendo composto duas óperas.

Desde o final da década de 70 vem utilizando temas da cultura indígena em sua música. Foi aluna de Osvaldo Lacerda, José Augusto Almeida Prado e H. J. Koellretter. É idealizadora e organizadora do Encontro Internacional de Mulheres Compositoras, que soma três edições e está caminhando para a quarta, em 2007. Ganhou alguns concursos importantes ao longo de sua carreira e é frequentemente convidada para eventos fora do Brasil, sendo reconhecida internacionalmente.

Maria Helena Rosa Fernandes também é reconhecida internacionalmente pela sua atuação na música de câmara e orquestra e a utilização de temas da cultura indígena em suas composições.
E-mail para contato: mhrosafernades@gmail.com


Eduardo EscalanteEduardo Escalante: Nasceu em B. Aires (1937), tendo se radicado em S. Paulo [Brasil] em 1949. Naturalizado brasileiro. Estudou piano com Francisco Júlio Conserino e Vera Del Nero Gomes. Percepção com Souza Lima. Harmonia, Análise e Contraponto com Osvaldo Lacerda. Regência com Emmerich Csammer e Diogo Pacheco. Composição com Camargo Guarnieri. Bacharelado em Composição e Regência (Fac. Santa Marcelina) e Mestrado em Artes (ECA/USP).

Fundou a Associação de Músicos e Compositores do Estado de São Paulo; é Presidente da Sociedade Pró Música Brasileira. Fundou vários corais: da Ass. dos Funcionários Públicos do Est. de S. Paulo, Departamento Estadual de Administração, Federação dos Círculos Operários do Est. de S. P., Grupo Ars Cantorum, além das orquestras da ACM, Osvaldo Cruz, Folcloriana e Grupo Pesquisa.

Em várias oportunidades, a convite do Mto. Eleazar de Carvalho, regeu a Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo apresentando obras de sua autoria.

Efetuou, para o Museu da Imagem e do Som, o levantamento do folclore do Vale do Ribeira (SP) (1973-4). Realizou pesquisas de folclore nos municípios de Carapicuíba, Itapecerica da Serra e no Médio Tietê Paulista, além do Vale do Paraíba, sul de Minas Gerais e região de Canudos (BA).

Em 1974 inaugurou o Teatro Adolpho Bloch (Manchete/RJ) como Diretor Musical da peça O homem de La Mancha. Foi Maestro-arranjador do Estúdio Eldorado (SP), Assessor do programa Folclore do Brasil (TV-2 Cultura) e Coordenador do levantamento do folclore do Vale do Ribeira para o Museu da Imagem e do Som (SP). Atualmente coordena e apresenta o programa “Músicas que Elevam” da Rede Mundial de Televisão.

Foi redator da coluna Música Erudita da Folha da Tarde (SP), tendo publicado aproximadamente 250 artigos. Fundador, Diretor e Redator do periódico Correio Musical (atualmente na Internet: http://www.correiomusical.com.br).

Membro e depois Presidente da Comissão Estadual de Folclore da Secretaria de Estado da Cultura de SP, Tesoureiro da APCA (Ass. Paul.de Críticos de Artes), criou o Projeto Folc-vídeo da referida Secretaria. Foi Membro da Comissão de Escolha do Hino de Itu (SP). Desde 1998 tem participado como Jurado do Concurso Estadual de Bandas e Fanfarras da Secretaria de Esportes e Turismo no Est. de S. Paulo.

É Membro Titular do Instituto de Estudos de Folclore e Membro da Ordem Nac. dos Bandeirantes. Pertence a duas academias: Ac. Paulistana da História e Ac. Paulista de Música (Cadeira nº 13 – Patr.: André da Silva Gomes).
Recebeu, dentre outros, os seguintes prêmios e títulos: Troféu João de Barro (Revista Laqui), Madrigalista (Madrigal Renascentista de B. Horizonte, MG), Troféu Guassu Piteri (Prefeitura Municipal de Osasco, SP), Prêmio Comissão Estadual de Música 1968, APCA (Melhor obra sinfônica de 1990), APCA 2009 (pela música da ópera O Pagador de Promessas). É Conselheiro da Associação Brasileira de Folclore e Membro Titular do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo. Recebeu o Grã-Colar da Ordem do Mérito Cultural “Carlos Gomes” na categoria Comendador (pela Sociedade Brasileira de Artes, Cultura e Ensino).

Foi professor de Folclore de vários conservatórios e faculdades. Ministrou cursos em S.P. e M.G. Proferiu palestras em S.P., M.G., BA. várias vezes em institutos de artes em B. Aires e na Embaixada do Brasil daquela cidade. É professor (aposentado do Instituto de Artes da UNESP, no Curso de Bacharelado em Composição e Regência). Livros: Metodologia da pesquisa de folclore (Eudesp, 1980), A festa de Santa Cruz da Aldeia de Carapicuíba (Prêmio Silvio Romero 1974 – MEC/Secr. da Cult. de SP), A música do Cururu do Médio Tietê paulista (ECA/USP, 1987).

Livros: Metodologia da pesquisa de folclore (Eudesp, 1980), A festa de Santa Cruz da Aldeia de Carapicuíba (Prêmio Silvio Romero 1974 – MEC/Secr. da Cult. de SP), A música do Cururu do Médio Tietê paulista (ECA/USP, 1987).
E-mail para contato: eescala@terra.com.br


Mario FicarelliMario Ficarelli : Estudou piano com Maria de Freitas Moraes e Alice Philips e composição com Olivier Toni.

Seu catálogo de obras conta atualmente com mais de 60 composições escritas para quase todas as formações instrumentais: câmara, vocal, coral, cênica e sinfônica.

Obteve vários prêmios em concursos de composição no país e no exterior (Brasil, França, Alemanha).

Possui diversas obras editadas no Brasil, Europa e Estados Unidos.

Dedicado também ao magistério, leciona composição e outras disciplinas na Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo, onde é professor Livre Docente em composição, tendo sido eleito Chefe do Departamento de Música em 1997.

Sua tese de Doutorado defendida na Universidade de São Paulo versa sobre as Sete Sinfonias de Jean Sibelius.

Seu nome é verbete em destacadas publicações, tais como, Groves Dictionary of Music e Who’s Who in the World (1998). É membro da Sociedade Brasileira de Música Contemporânea desde 1975, da ABM – Academia Brasileira de Música desde 1994 – tendo participado da diretoria de ambas – bem como da SUISA – Schweizerische Gesellschaft für die Rechte der Urheber musikalischer Werke desde 1992.

Em 1975 participou da Tribuna Internacional de Compositores, em Paris, regendo sua obra Ensaio-72 no Thèatre de la Ville. Transfigurationis, encomendada pela Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo, estreou em 1981, valendo-lhe na ocasião o prêmio da APCA-Associação Paulista de Críticos de Arte.
Em 1988 esta obra foi estreada pela Orquestra Sinfônica Tonhalle de Zurique e em 1992 teve três execuções pela Orquestra Sinfônica Bruckner de Linz, na Áustria.

Em 1992 estreou com sucesso sua Sinfonia No.2 “Mhatuhabh”, em Zurique, sob a regência de Roberto Duarte frente à Orquestra Sinfônica Tonhalle a qual lhe encomendou a obra.

Em 1995, quando da estreia desta Sinfonia em São Paulo, com a OSESP, obteve novamente o prêmio da APCA. Ainda em 1992 conquistou a Bolsa Vitae de Artes para a composição da 3a. Sinfonia, tendo a obra sido escrita na Suíça, onde residiu por um ano. Sua estreia mundial ocorreu em abril/maio de 1998 sob a regência de Roberto Duarte dirigindo a Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo.
Mais uma vez a APCA outorgou-lhe o prêmio de melhor obra sinfônica de 1998.

Em 1996, sua Missa Solene (1996) para coro e solistas infantis, órgão e percussão, foi estreada na Hungria em julho do mesmo ano, comemorando os 1.000 anos da Abadia de Pannohalma para o que a obra lhe foi encomendada, tendo sido também parcialmente executada no Vaticano com a presença do Papa. Novamente, mediante concurso, obteve em 1997 a Bolsa Vitae de Artes para a composição de três quintetos: Quinteto para oboé e quarteto de cordas (1997); Quinteto para trompa e quarteto de cordas (1998), e Quinteto para 2 violinos, 2 violas e violoncelo (1998). Em 1997 compôs, atendendo encomendas, Toccata para violino, violoncelo e piano; Tempestade Óssea – sexteto para 2 xilofones, 2 marimbas, 5 claves e 5 temple blocks (gravação do Grupo de Percussão da UNESP); A Coisa – Cantata para coro e percussão sobre texto de Millor Fernandes; e ainda em 1998, O Passarinho, Terezinha e o Anão Amarelo, para coro infantil, com texto próprio. Suite para Metais, Cordas e Tímpanos (1998), foi estreada sob a regência de Hermann Ortendarp e a Jungendorchester “il mosaico” de Watwill (Suíça) que lhe encomendou a obra, em outubro de 1998, quando o compositor, presente na ocasião, realizou palestras sobre a sua própria obra e sobre a música brasileira nessa cidade e também na Universidade de Halle (Alemanha).

No início de 1999 compôs Concertante para saxofone alto e orquestra sinfônica, encomenda do Conservatório de Tatuí-SP, aí estreada pelo renomado solista Dale Underwood (USA).

No segundo semestre de 2000 realizou a transcrição para dois pianos de 17 peças de Ernestos Nazareth, hoje em vias de edição. Em 2001, atuou como compositor visitante na Arizon State University a convite da mesma, onde ministrou aulas de composição e apresentou concerto com obras de sua autoria. Compôs em 2002 sua primeira Sonata para piano.
E-mail para contato: marioficarelli@marioficarelli.com


José Antônio Rezende de Almeida PradoJosé Antônio Rezende de Almeida Prado: (Santos, 8 de fevereiro de 1943 — São Paulo, 21 de novembro de 2010) foi um compositor e pianista brasileiro, membro da Academia Brasileira de Música sendo considerado um dos maiores expoentes da música erudita no Brasil. Estudou no Brasil com Dinorá de Carvalho (piano), Osvaldo Lacerda (harmonia) e Camargo Guarnieri (composição).
Após conquistar o primeiro prêmio no “I Festival de Música da Guanabara” em 1969, pela cantata “Pequenos Funerais Cantantes”, sobre um texto de sua prima, a poetisa Hilda Hilst, prosseguiu seus estudos na Europa.

Estudou com Nadia Boulanger e Olivier Messiaen em Paris entre 1970 e 1973, além de uma breve permanência em Darmstadt para estudar com György Ligeti e Lukas Foss. Voltou para o Brasil em 1974, assumindo o cargo de professor no “Conservatório Municipal de Cubatão”. Pouco tempo depois foi contratado pelo então reitor da Unicamp, Zeferino Vaz, para ser professor do curso de música do Instituto de Artes da universidade, na qual lecionou por 25 anos, até sua aposentadoria em 2000. Também em 2000, por encomenda do Ministério da Cultura, compôs a obra Cartas Celestes n°8 para violino e orquestra, em comemoração aos 500 anos da Descoberta do Brasil.

Em janeiro de 2007, estreou no Carnegie Hall a sua peça Hiléia – Um Mural da Amazônia, uma cantata para baixo e orquestra, inspirada no poema homônimo de Ives Gandra Martins, com a Orquestra Bachiana Filarmônica de São Paulo regida pelo maestro brasileiro João Carlos Martins.

Em 2010 residia em São Paulo, onde ministrava alguns cursos de análise musical e cursos sobre sua obra, além de apresentar um programa de música contemporânea, Kaleidoscópio, na rádio Cultura FM.
O compositor e pianista tinha uma saúde frágil, em decorrência da diabetes. Foi internado em um hospital de São Paulo, depois de sofrer uma parada cardiorrespiratória. Faleceu dez dias depois, na manhã de 21 de novembro de 2010, aos 67 anos de idade, vítima de um edema pulmonar agudo.


Willy Corrêa de OliveiraWilly Corrêa de Oliveira: (Recife, 1938) é um compositor brasileiro. Após um primeiro período de intensa produção como compositor de tendência neofolclorista, frequentou laboratórios de música eletroacústica da Europa e os Cursos de Férias de Darmstadt, na Alemanha, no início da década de 1960.
Participou da articulação do Grupo Música Nova[1] de São Paulo, que publicou um manifesto (http://www.latinoamerica-musica.net/historia/manifestos/3-po.html) em 1963 e, através de Gilberto Mendes, instaurou o Festival Música Nova, que ocorre anualmente (sempre em agosto/setembro) até hoje em Santos e São Paulo, com algumas edições ocorridas também em Ribeirão Preto.
Aproximadamente de 1967 a 1972, no período da Ditadura Militar, trabalhou em publicidade na cidade de São Paulo. As agências foram a J.W. Thompson e a Mauro Salles Interamericana de Publicidade. Usou seus conhecimentos de música e cinema para dirigir o departamento de rádio e televisão na Salles. A convite de Olivier Toni, seu ex-professor, lecionou composição e disciplinas teóricas, como linguagem e estruturação musicais, desde 1970, ano de sua fundação, no Departamento de Música da Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo, onde se aposentou.
Depois de um período de afastamento crítico da assim chamada vanguarda (em suas relações evidentes com os compositores de Darmstadt, tais como Stockhausen, Boulez e Nono) e do meio musical erudito, priorizando atividades em grupos musicais de trabalhadores e sindicatos, retomou intensa atividade criativa que se mantém pelos últimos quinze anos.
Teve em 2006 a gravação de sua obra recente conforme projeto cultural da Petrobras, que publicou, em edição bilíngue, incluindo-se dois álbuns de partituras: I – Caderno de Peças para Piano (144 p.), II – Caderno de Canções, para voz e piano (132 p.); um CD duplo com livro-encarte (52 p.), gravado com os pianistas Caio Pagano, Lilian Tonela, Fernando Tominura, Isabel Kanji, Bruno Monteiro e Maurício de Bonis, e a soprano Caroline de Comi.
Na vida privada, é profundamente ligado a esposa e aos filhos, também adora tomar sorvete e quando vai a Santos é obrigatório tomar um café na cafeteria floresta na praça independência. Lançou o livro Passagens pelas Luzes no Asfalto Editora com lembranças de sua infância.


Gilberto MendesGilberto Mendes: Iniciou seus estudos de música aos 18 anos, no Conservatório Musical de Santos, com Savino de Benedictis e Antonieta Rudge. Praticamente autodidata em composição, compôs sob orientação de Cláudio Santoro e Olivier Toni, e frequentou o Ferienkurse fuer Neue Musik de Darmstadt, Alemanha, em 1962 e 1968. É um dos signatários do Manifesto Música Nova, publicado pela revista de arte de vanguarda Invenção, de 1963.
Foi porta-voz da poesia concreta paulista, do grupo Noigandres. Como consequência dessa tomada de posição, tornou-se um dos pioneiros no Brasil no campo da música concreta, aleatória, serial integral, mixed média, experimentando ainda novos grafismos, novos materiais sonoros e a incorporação da ação musical à composição, com a criação do teatro musical, do “happening”. Também professor universitário, conferencista, colaborador das principais revistas e jornais brasileiros.
Gilberto Mendes é fundador (1962) e ainda o diretor artístico e programador do festival Música Nova de Santos, o mais antigo em seu gênero em toda a América.
Como professor convidado e composer in residence, deu aulas em The University of Wisconsin-Milwauke, na qualidade de University Artist 78/79; e em Tinker Visiting Professor. Além dessas duas distinções no exterior, Gilberto Mendes recebeu, no Brasil, entre outros, o Prêmio Carlos Gomes, do Governo do Estado de São Paulo, e também diversos prêmios da APCA, o I Prêmio Santos Vivo, dado pela Ong de mesmo nome, pela sua obra “Santos Football Music”, além da indicação para o Primeiro Prêmio Multicultural do jornal “O Estado de São Paulo”, a Bolsa Vitae, o prêmio Sergio Mota hors concours 2003 e o título de “Cidadão Emérito” da cidade de Santos, dado pela Câmara Municipal de Vereadores. Em cerimônia no Palácio do Planalto, em Brasília, no ano de 2004, o autor recebeu a insígnia e diploma de sua admissão na Ordem do Mérito Cultural, na classe de comendador, do Ministério da Cultura, das mãos do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, e do Ministro da Cultura, Gilberto Gil.
Verbetes com seu nome constam das principais enciclopédias e dicionários mundiais, como o GROVE inglês, o RIEMAN alemão, o importantíssimo Dictionary of Contemporary Music, de John Vinton (USA), e inúmeros outros. Sua obra já foi tocada nos cinco continentes, principalmente na Europa e EUA.
Destacam-se, para orquestra, Santos Football Music e o Concerto para Piano e Orquestra; para grupos instrumentais, Saudades do Parque Balneário Hotel, Ulysses em Copacabana Surfando com James Joyce e Dorothy Lamoura, Longhorn Trio, Rimsky; para coro, Beba Coca-Cola, Ashmatour, o Anjo Esquerdo da História, Vila Socó Meu Amor, e inúmeras peças para piano e canções.
Gilberto Mendes é doutor pela Universidade de São Paulo, onde deu aulas no Departamento de Música da Escola de Comunicações e Artes até se aposentar. Seu livro Uma Odisseia Musical foi publicado pela Edusp. Faz parte, como membro honorário, da Academia Brasileira de Música, e do Colégio de Compositores Latino-americanos de Música de Arte, com sede no México.


Aylton EscobarAylton Escobar: (São Paulo, 14 de outubro de 1943) é um compositor e maestro brasileiro. Foi aluno de Osvaldo Lacerda e Camargo Guarnieri na Academia Paulista de Música, onde estudou composição. Aperfeiçoou-se em Nova York em música eletrônica, com Vladimir Ussachevsky.
Ocupa atualmente a cadeira nº 25 da Academia Brasileira de Música. Seus estudos de piano foram feitos com Da. Lúcia Branco, responsável pela formação de toda uma geração de grandes pianistas brasileiros. Camargo Guarnieri foi seu professor de composição e suas aulas de regência foram feitas com Alceo Bocchino e Francisco Mignone.
Estudou Música Eletroacústica nos Estados Unidos, na Columbia University, em Nova York. Suas obras já foram interpretadas em teatros de cidades como Paris, Toledo e Zagreb, e foram premiadas diversas vezes nos Festivais de Música Guanabara e pela Associação Paulista de Críticos, além de receber menções em instituições de prestígio como a Rádio de Viena.
Sua carreira como regente também é intensa, dividida entre concertos como maestro convidado e postos à frente de grupos como a Sinfônica de Minas Gerais, a Filarmônica Norte/Nordeste do Brasil e a Sinfônica de Campinas. Sua contribuição ao mundo musical foi reconhecida com sua indicação para ocupar a cadeira n.º 25 da Academia Brasileira de Música.